Prova dos 9

Depois de perceber que trouxe uns 20 discos de São Paulo, decidi fazer uma contagem da minha coleção, algo que não faço há muito tempo. Sempre calculava no número antigo, aproximadamente 150 CDs e 150 vinis. A alteração foi até significativa, no momento são 180 CDs e 200 vinis, abarrotando as prateleiras destinadas para eles (demorou de fazer umas novas). Isso contando só os discos que estão organizados, deixei de lado as dezenas de vinis nunca ouvidos que se escondem no meu guarda-roupa e atrás da cortina da sala.

Agora, são 180 + 200 = 380. Ainda não foi dessa vez, não sou um cara confiável. Não confie em ninguém com menos de 500 discos, a regra é clara. Tem uns que acham que eu sou uma enciclopédia musical, leigos. Longe disso, mas hoje já digo sem medo que sim, conheço bastante coisa. O que é muito diferente de conhecer tudo. Sempre vai ter alguém que vai saber mais que você, portanto, ouça por você e não pelos outros. Porque os discos não acabam nunca.

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Finalmente encontrei no Soulseek o Valley Of The Tokyo Dolls, tributo japonês ao Johnny Thunders. No momento sou o número 304 da fila. O que é um 304 pra quem há poucas horas estava em 506, né? Um dia a gente chega lá.
guided by voices 3/25/2006 10:55:00 PM

Últimas aquisições

Estou muito atrasado nisso aqui. Já são mais de 20 discos novos no armário, e nenhuma atualização. Vamos por parte, por ordem de aquisição. Os três primeiros, de antes do carnaval:

David Bowie - Changesbowie (1990)
Coletânea de 21 canções do meu período preferido do Sr. Bowie, 1969-84. Em vinil duplo, perfeito estado de conservação, perfeita pra trabalhar. Em vez de levar vários Bowies, só essa coletânea já resolve uma noite. Na verdade comprei mais por isso do que pra ouvir em casa, apesar de não ter nada dele fora do computador.
Detalhe: Haviam dois exemplares desse disco na loja, um com a capa perfeita, mas os vinis nem tanto, e outro com a capa detonada e os vinis perfeitos. Como decidir qual levar? Fácil, troque os vinis de capa. Não há nada de constrangedor nisso quando se é um cliente preferencial.

Paulinho da Viola - Nervos de Aço (1973)
Esse foi na mesma tarde do Bowie. Fui comprar uns discos de samba pro meu afilhado, que está se envolvendo com os G.R.E.S., tocando em bateria, etc. Ele ganhou um toca-discos, coitado, agora vai ter que me agüentar levando discos de presente pra ele toda vez que eu for pra São Paulo. Comprei o primeiro de Cartola, o primeiro de Martinho da Vila, e esse Paulinho. Sou um leigo em Paulinho da Viola, tenho o Foi um rio que passou em minha vida, o Samba na Madrugada com Elton Medeiros, e um disco do conjunto A Voz do Morro, grupo em que ele tocou antes da carreira solo, ainda moleque. Só comprei esse Nervos de Aço porque era, entre os discos antigos dele, o mais bem conservado da loja, perfeito, com pôster 30x60cm, encarte, e primeira edição. Comentei com meus amigos entendidos de Paulinho da Viola, e todos se surpreenderam com a compra, me dizendo que esse é o disco must own dele, que procuram por ele há muito tempo e não acham pra comprar. Uou. Lavei e fiz o teste da vitrola, magnífico. Bastou uma audição pra reconhecer como uma obra-prima. Meu afilhado ficou com um disco a menos.

Sugar - Besides (1995)
Mais uma promoção de CDs na São Rock, e encontrei esse, que já tinha comprado certa vez pra dar de presente, mas ainda não tinha na minha própria coleção. É uma banda que Bob Mould montou após o fim do Hüsker Dü. Um pouco decepcionante pra mim. Não se compara com o The Last Dog And Pony Show, primeiro disco solo dele que ouvi. Achava que o Sugar, por ser uma banda mesmo, seria melhor que a sua carreira solo, ledo engano. Espero que minha avalição esteja errada por esse ser um disco de B-Sides, vou baixar no Soulseek o primeiro disco do Sugar pra conferir. Esse só vale mesmo pros fãs, como eu. E nunca por mais de 10 reais, porque vive aparecendo em promoção da Trama, entre os CDs da Ryko que eles lançaram no Brasil. Ah, pra terminar, no CD tem um cover ao vivo da fantástica Armenia City in the Sky, do The Who, faixa 1 do The Who Sell Out. Mas o cover é longe de ser fantástico, ao contrário, é descartável, e não dá pra entender como entrou no disco. Pra ser deixado de lado.

Em breve continuo as atualizações, mas não sei se vou manter esse novo modelo de aquisições comentadas. Porque, claro, ainda não ouvi nem metade dos discos que trouxe de São Paulo.
guided by voices 3/23/2006 06:56:00 PM

Frase do dia

"Eu vou comprar o álbum de figurinhas do Amar É, completar e te dar de presente".

Ser amado é muito bom.
Amar é muito bom.

Hawaii. (A nuclear disaster might be on our way, I don't care I'm in the USA). Whether you're drunk or stoned or we're sober and old, if I'm with you I'm a happy man. If you feel safe and cold while you count your gold. If your problem is you can't find your remote control. Still my favorite person in this whole wide world is the woman who can understand every word and when she speaks to me she makes me see the whole world as my favorite place. Hawaii.
guided by voices 3/20/2006 09:30:00 PM

Não, eu não assisti três vezes. Foi uma só, mas assistiria três. Ponto Final foi o melhor filme da temporada, obra-prima. Pra quem não leu Crime e Castigo, só deve ter metade da graça, mas mesmo assim não deve perder a genialidade.
guided by voices 3/20/2006 12:03:00 AM

"Comi uma omelete e bebi vinho com os camponeses. Este momento bucólico me custou um táler e meio."

Esqueci de dizer no post anterior que hoje eu vou passar o dia sofrendo. Como no resto do país, o ano em São Paulo começa depois do carnaval; mas aqui começa MESMO. Nessa segunda começam as aulas do primeiro módulo do curso anual de História da Arte do MASP, com aulas de Arte Pré-Colombiana; Introdução à História da Arte; Escultura Moderna; Leonardo, Raphael e Michelangelo. As aulas vão até abril, e outros 4 módulos dão seqüência ao curso que vai até novembro. Cada módulo custa 300 reais, 4 aulas semanais de 2h. É de babar, dá vontade de trancar a faculdade e passar o ano aqui estudando.

Mas se você quer uma abordagem diferente do mesmo tema, também começa nessa segunda, e vai até junho, o curso Viver Arte, coordenado por ninguém menos que TEIXEIRA COELHO. Ahf. R$1000 em 3 parcelas. Melhor ainda, dá pra fazer os dois cursos ao mesmo tempo, pois o do Teixeira é à tarde, e o do MASP começa às 19h, e são próximos um ao outro. Somando os 1000 reais do Teixeira, mais os 1500 dos 5 módulos do MASP, o investimento total fica em 2500 reais, que equivalem a 209 mensais. Uma pechincha para inchar o currículo com dois diplominhas de altíssimo nível, e deixar o cérebro latejando de boas atividades.

Virou sonho. Um dia eu volto, me aguardem.
guided by voices 3/02/2006 05:39:00 PM

Anfetaminas

Estava eu a ler a Bravo de fevereiro e qual a minha surpresa ao me deparar com um texto de Lúcio Ribeiro! Lúcio Ribeiro na Bravo, a publicação mais pseudo das bancas de revista... O texto era sobre o U2, dentro da matéria de capa que usou os mega shows de fevereiro para falar da consolidação do rock e aproveitar pra vender uns exemplares extras.

Impressiona a versatilidade do sujeito. Uma matéria sua na Bravo, ou uma capa da Ilustrada - como a de ontem sobre o novo álbum do RHCP - é completamente diferente da sua coluna online, e de díficil reconhecimento pra quem só o conhece por esta. Só é posível saber que se trata da mesma pessoa pelo nome acima do texto. Ao contrário da afetação que toma conta da Popload online, seus trabalhos jornalísticos convencionais são sérios e normais, e os dois últimos exemplos citados ainda ganhariam um ótimo na minha opinião. Assim como ele consegue mudar seu padrão de acordo com o meio utilizado, pode-se separar sua leitura em diferentes níveis também e aproveitar o melhor do que ele oferece. Termina aqui então meu ranço com o Lúcio, ele sabe o que faz.

*Hoje é quinta-feira, e dia da residência quinzenal do Lúcio Ribeiro no Vegas Club, ali na Augusta. Apesar de ser o bastião do novo-novo-rock, ele nunca contou na sua coluna que, enquanto ele toca Clap Your Hands Say Yeah na pista de baixo, a pista de cima do Vegas é comandada por Aldo, um DJ mod, muito mod, e que só toca coisas muito velhas, ou muito retrô. O set dele é inteiro assim, não há uma brecha sequer pra coisas que não tenham cheiro de 1965. Contradição é pouco.

Aliás, um pouco sobre o Vegas:
- O som da pista de baixo é ruim - a caixa da direita está com defeito - e o DJ é muito fraco, comprovando mais uma vez que é besteira achar que em São Paulo os DJs são melhores: eles ganham melhor, apenas isso.
- O Aldo, o mod da pista de cima, é o melhor DJ que eu já vi.
- Quem faz a seleção de bandas pro local no mínimo não entende nada de rock, vi um dos piores shows da minha vida lá, uns tiozinhos tocando tão bem quanto minha primeira banda.
- A caipirinha é farta e perigosa.
- Tem neon, globo espelhado, luxo: dá pra morar lá.
- Se for no inverno, aproveite o serviço de chapelaria, que é grátis.

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A pedida hoje antes do Vegas é passar na Milo Garage, onde rola show do Bonde do Rolê. Acho que é a primeira apresentação dos curitibanos aqui em São Paulo, ou pelo menos a primeira pós-Diplo e estouro no My Space. Vai ser um daqueles shows... históricos? Bem, tudo que a Peligro faz eles vendem como a melhor coisa do mundo, mas o BDR é muito legal, divertido, e por R$10 você garante um displicente bocejo blasée até o fim do ano toda vez que alguém cantar o "Melô do Vitiligo" perto de você. Seguido de um desinteressado "Ah, já assisti um show deles, é legal", que vai causar umas duas ou três caras de espanto gerando um leve aumento na sua popularidade e admiração pelos indie kids, que por natureza já se impressionam com qualquer coisa mesmo.

PS: Não, hoje eu não vou pro Vegas, nem pra Milo. Não tenho dinheiro, nem a companhia necessária. Vou ficar em casa, assistindo TV, jogando videogame, e tomando refrigerante pra comemorar o aniversário da minha noiva, que está lá em Porto Alegre agora. É, agora é noiva.

PS2 (post script dois, não confundir com Playstation 2): É, agora é noiva. Legal, né? Mas a gente não tem aliança, porque o dinheiro não deu pra comprar. Mas depois a gente vai ter. Noivado não é casamento, perceba. A gente só vai casar quando mudarmos pra um apartamento próprio. A festa vai ser devidamente bancada pelo pai da noiva, e vai acontecer no seu sítio, localizado na grande Porto Alegre. O padre vai ser Boris, que na ocasião estará vestido de Elvis, e todos vocês estão desde já convidados.
guided by voices 3/02/2006 11:23:00 AM

São Paulo é o melhor lugar do mundo para dormir.

A noite mais solitária do ano precisou de apenas meia hora rolando na cama e um travesseiro sobressalente para ser vencida com louvor. Em Salvador uma derrota seria natural. Em nenhum lugar se dorme bem como aqui, seja na Saúde, Vila Mariana, Pinheiros, Vila Madalena, Brás, Rio Bonito, ou mesmo Cotia. Só Porto Alegre chega perto, disputando o segundo lugar com a cama do Hotel Casa Grande, no Guarujá (feita para se perder o café da manhã).

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O clima agradável e a claridade amena são complementados por vantagens não encontradas em casa, como TV por assinatura e a moleza das férias. Hoje foi acordar e assistir ainda na cama o mundial de... esportes radicais? Bem, o LG Action Sports World Tour. BMX, skate e patins em cobertura completa, ótimo. Na seqüência, três capítulos de O Jogador, café, e agora ouço o recém-adquirido Exile on Main St. em vinil (ainda vou publicar essa) enquanto escrevo. Quando acabar aqui, vai ser hora de ler a Bravo no sofá, que voltou a botar o rock na capa, desta vez em texto do André Barcinski, melhor. "Isso é que é vida", poderia afirmar caso não houvesse acabado de viver a melhor semana de todas.

Quando uma semana com uns quatro momentos péssimos é capaz de se tornar a melhor semana de todas, o que esperar de uma vida? Os tais 4 momentos péssimos sofreram a concorrência de uns 40 (400?) momentos maravilhosos. O que eu espero eu não sei, sei que é bom, bom demais para entender, que não vou conseguir explicar, explicar o que ainda não vivi, vou viver. E, como de costume, eu tento explicar e não consigo, puxando o nível do post ladeira abaixo, e o sentimentalismo ladeira acima. =)
guided by voices 3/01/2006 09:37:00 AM